ainda o avaliacionismo

Espero não voltar a este assunto.
O modelo de avaliação proposto pelo Ministério da Educação não é novidade. Já foi adoptado no Chile. Achei piada ao resultado:

comissão de sophos

Algures, um velho Sócrates parece ter querido acabar com a imagem do 'fulano-que-sabe-tudo', o sábio (sophos em grego), e sugeriu o termo filósofo (amigo da sabedoria) numa onda do 'se calhar estes tipos que dizem saber tudo são um bocado charlatões, porque saber tudo, ninguém sabe'!! Além disso, ele, que tinha acabado de ser considerado o maior sábio da grécia, ainda remata com um 'só sei que nada sei'...

Agora, um apoiante de um novo Sócrates vem sugerir 'comissões de sábios'...


Era valente, este velho Sócrates!!

pequeno nada (2)


"but i know somewhere, that in time, there's not a thing here that'll ever fill me. and i'll die trying."


O segundo 'pequeno nada' do momento.

Veio na mesma encomenda e estava na lista há demasiado tempo... Chama-se Everyone Will Eventually Leave You - um título super sugestivo - e é dos SoulWhirlingSomewhere. Já antigozito, de 1995 (Deus meu, ao tempo que está na lista!), mas que continua a ter o mesmo efeito que quando conheci a banda, em 96!

Um cheirinho por aqui (apesar de não ser deste album)

pequeno nada

Mais uma daquelas bandas de que gosto muito e das quais praticamente não se ouve falar...

Saiu há pouco, numa edição limitada de 200 cópias numeradas à mão pelo autor, A Retrospective, uma espécie de 'best of' black tape for a blue girl. Não traz novidades, mas há quem tenha conseguido o álbum autografado e com dedicatória (ainda que simples)...

Chegou na terça e é o meu tesourinho do momento... um pequeno nada que sinto como muito mais do que isso!

educações

Um dia em cheio, o de hoje!
A um só tempo:

1) a ministra da educação (ou maria-da-desarticulação-avalio-educativa) foi recebida com ovos numa escola secundária em Fafe onde ia entregar diplomas.
A conclusão que podemos tirar: os sindicatos são mesmo mauzões (sim, porque de acordo com maria-da-desarticulação-avalio-educativa, são eles os motores de todas as manifestações, em actos de puras jogadas políticas que visam amedrontar quem diz sim ao seu modelo). Mais, os sindicatos são tão mauzões que agora recrutam não só os professores, como também os alunos... e Deus nos livre de que o ministério da sra descubra quem é o proprietário do aviário!!


2) A escola pública melhor classificada no ranking afirma ter suspendido a avaliação, com o apoio unanime (imagine-se) dos 90 professores que lá leccionam... Ao mesmo tempo, maria-da-desarticulação-avalio-educativa diz que todas, TODAS as escolas estão a concretizar a avaliação.
Para futuro: lembrar a história dos 5 loucos que afirmam ser Jesus Cristo... Pelo menos 4 estão a mentir! Neste caso, com 120 000 profissionais na rua, parece-me (parece-me apenas) que realmente deve haver alguém a mentir, mas como sou mau detective...

Uma coisa é certa, a sra conseguiu que os alunos lhe prestem atenção... Suspeito que vá ter um Bom!!

professores...

A ministra da educação diz que a manifestação é a forma que os sindicatos encontraram para "intimidar as escolas que fazem a avaliação"... Huumm bem, esta é das boas! E a quem serve isso?? Intimidar as escolas?? Pois, as escolas devem pensar (porque as escolas pensam) "ui, que medo! É melhor parar com a avaliação porque 120 mil professores se manifestaram em Lisboa"!!
A pergunta: será que a senhora acha MESMO que com isto convence alguém?

A ministra da educação diz que "não se pode perder a noção do que é do interesse do país", como se fosse do interesse do país que os professores fossem cada vez piores professores e melhores burocratas, ou melhores criadores de portfolios (essa maravilha tão importante).
A pergunta: será realmente do interesse do país perder, com aquilo que é acessório, o precioso tempo que podia ser destinado ao essencial?
(essencial = preparar aulas, pensar nas melhores estratégias para aplicar a todos os alunos, considerando que as turmas são heterogéneas e é necessária uma adaptação constante)

A ministra da educação diz que "há professores que querem concretizar a avaliação" como se apenas alguns professores (três ou quatro, ou algo assim) considerassem a avaliação como algo positivo.
A pergunta: que mistério estará a bloquear a audição da senhora que não a permite ouvir milhares de professores dizer que querem ser avaliados?... Mas avaliados como deve ser!

A ministra da educação diz que "suspender [o processo de avaliação] significa desistir e eu não desisto" porque "não há outro [processo de avaliação]", como se fosse inevitável fazer esta avaliação e, pior ainda, como se fosse pior 'não fazer uma avaliação errada' do que o contrário.
A pergunta: será mesmo melhor enterrar as pessoas em trabalho desnecessário, e que em nada contribui para a qualidade do ensino, que suspender esta tolice?

As conclusões (que obviamente não são as da ministra): é errado considerar que "não avaliar é pior que fazer esta avaliação". Porquê? Simples. Porque ao fazer avaliação desta forma estamos a prejudicar professores, aulas, alunos e todo o processo de ensino, enterrando-os em trabalho burocrático que só serve como enorme peneira para tapar o sol, porque, na verdade, não permite aferir os bons professores!

Acho que já chega, porque já é altura de pedir à ministra da educação para se preocupar com... A EDUCAÇÃO!!!

demo-cracias

Na senda do velho "vamos brincar aos políticos"...
Parece que hoje o deputado José Manuel Coelho foi impedido pelos seguranças de entrar no parlamento da madeira por ter ostentado uma bandeira nazi na assembleia regional.
Ok, o senhor é capaz de ter encontrado uma forma pouco ortodoxa de fazer passar a sua mensagem, mas... Será que o facto de não o deixarem entrar no edifício do parlamento não é uma demonstração de que ele tem alguma razão quando apelida de fascistas os membros do governo regional e a bancada do psd?
Já há uns tempos que me convenci que a Madeira é um regime monárquico, onde o rei e os membros da sua corte podem dizer e fazer o que querem e os outros... Bem, os outros são os outros!


Nesta coisa do "tens a liberdade de dizer o que quiseres, desde que seja a meu favor", assola-me o lado demoníaco da democracia, por isso... demo-cracias!

afirmacionismos

F. Leite diz que as obras públicas não contribuem para baixar o desemprego em Portugal, mas em Cabo-Verde, na Ucrânia e por aí fora.
Caiu o carmo e a trindade! Ah e tal, que a senhora é xenófoba e mais outras coisas igualmente tolas...

Pessoalmente nunca fui fã desta senhora, e continuo a não o ser, mas... será que o que ela disse é mentira??
Ou é só uma verdade-chata (ou inconveniente, como dizia o outro moço)?!

avaliacionismos


A reboque destas notícias, sinto que tenho que referir o assunto. Aqui vai.

Imaginemos que o seleccionador nacional de futebol decide adoptar o maria-de-lurdismo como técnica para escolher os atletas a convocar. Assim pede a todos que mantenham os seus portfolios devidamente actualizados, que reúnam todas as suas fichas de trabalho, que façam relatórios sobre os jogos efectuados e sobre os treinos... Claro que quando chega o dia do jogo, terá dificuldade em perceber o porquê da derrota, afinal de contas, todos eles são muito bons a mexer com a papelada!

Perante este caso, qualquer um diria "mas o homem não devia ir vê-los jogar??"...

Agora apliquemos o caso à educação. Aqui diriamos "mas não é pelas aulas que se define um bom professor??". É que os bons professores que tive, aqueles que realmente me ensinaram alguma coisa, eram bons a dar aulas... Se preenchiam relatórios como verdadeiros deuses burocráticos (ou burro-cráticos), foi coisa que nunca me interessou... e continua a não interessar!

magalhismos

Neste caso as fotos bastam-se a si mesmas, e pouco mais resta para dizer. Sempre fui amigo de bricadeiras e risos, sempre achei que uma boa gargalhada é, muitas vezes, melhor solução que uma lamentação sem fim. Mas isso não quer dizer que não tenha noção de que há coisas com as quais devemos recusar-nos a brincar, para não ultrapassar os limites da decência... E vai a ver-se e... não é que é este o desktop dos acessores do nosso primeiro ministro?!?!


Acho que fica tudo dito sobre políticas feitas de forma inconsciente e meio-a-brincar. É que uma coisa é todos termos consciência de que em Portugal se anda a brincar à política, outra coisa, completamente diferente, é que eles o digam!!