mediocrity

"mediocrity is were most people live"



Quanto mais navego nesta coisa do 'mundo virtual', mais se torna absoluta a certeza de que a generalidade das pessoas está enfiada na mediocridade!
E o melhor: enfiados na mediocridade convencidos de que são realmente bons... A estrela deste filme que é a vida; o centro de um universo onde o geocentrismo foi posto de lado apenas para dar lugar ao egocentrismo!



Um amigo meu dizia, num tom semijocoso: 'as pessoas são estúpidas'...


Este amigo, num belo dia de verão, depois de uma pescaria de chocos e perante a ignóbil curiosidade de outro terráqueo que lhe perguntava para que queria aqueles bichos respondeu:
"Apanhei-os para os meter numa gaiola e depois eles cantam!..."
O terráqueo ainda perguntou: "a sério?"
A óbvia resposta foi: "Claro! Nunca ouviu falar no cantar do choco? É muito mais bonito que o do canário!"
Nesta altura um dos chocos, ainda vivo, emitiu um ronco.
"Está a ver?", disse ele, "já está a querer cantar!"
E o outro acreditou, perante aquela prova.

É verdade, a generalidade das pessoas é estúpida!

política(s); €uros; um conhecido hipermercado; um conhecido cantor e nós, que não fazemos revoluções!


A esmagadora maioria da população portuguesa não tem grande consideração pela classe política e já desistiu de esperar pelo dia em que os políticos honestos comecem a dar um “ar da sua graça”.
A esmagadora maioria da população portuguesa também já percebeu que não há grande coisa que possam realmente fazer:
  • Porque através do voto não conseguem solução (quer à esquerda que à direita – signifique isso o que significar hoje em dia) e, como diz a voz do povo, “são todos iguais”
  • Porque a única forma de mudarmos realmente alguma coisa teria de passar por uma guerra civil; por uma revolução ou qualquer tomada do poder pela força. E a verdade verdadinha é que não somos dessas coisas… O “povo” não é dessas coisas... Nós não fazemos revoluções!

A consequência disto é que é uma tristeza:
A consequência disto é que os políticos possam fazer o que bem entenderem com a costumeira impunidade que nos estamos a habituar a nem sequer contestar!

Vem isto a respeito da falta de respeito!
Vem isto a propósito da falta de respeito que a Câmara Municipal de Lisboa (CML) demonstra por quem circula nas ruas da cidade.

Eu explico:
Um conhecido hipermercado decide dar um pouco mais ênfase à sua campanha publicitária mas, para o fazer, terá que solicitar à CML apoio para fechar uma das principais artérias da cidade. É que até já trataram de tudo com um conhecido cantor que o “povo” – o tal que não faz revoluções – parece adorar.


Num universo paralelo ao nosso, o presidente da CML mandaria passear os donos do tal hipermercado e mais o seu cantor-que-o-“povo”-adora, porque isso iria implicar um enorme transtorno para a população… Num universo paralelo ao nosso…
Como não estamos nesse universo paralelo ao nosso, neste caso, o tal hipermercado injeta um par de €uros na CML, e esta borrifa-se para os cidadãos (os que votam e os que não votam… afinal de contas eles não fazem revoluções) que perdem horas da sua vida num trânsito caótico porque… A tal artéria é fechada!!
Nem falo aqui dos condicionamentos nos transportes públicos da cidade... Nem falo!

E como somos daqueles que não fazem revoluções,
continuamos a reclamar;
continuamos a não acreditar nos políticos;
continuamos a ser prejudicados para que o mundo da política faça as suas negociatas;
buzinamos;
sopramos;
chamamos besta ao tipo do carro da frente, que não avançou aqueles dois metros que o distanciam do carro seguinte assim que o semáforo ficou verde;
reclamamos mais;
buzinamos mais;
sopramos mais;
chegamos a casa mais indispostos…
e…
no fim de semana vamos à ação de marketing daquele conhecido hipermercado que nos prejudicou ao longo da semana, assistir ao concerto do tal conhecido cantor!

Se não somos dos que fazem revoluções, devíamos ao menos ser dos que não metem os pés nestas ações de marketing que nos tramaram a semana!

civismo

Ao que parece, mais uma vez um jogo entre os "grandes" deu polémica! Porque não souberam perder, dirão uns. Porque eles teriam feito o mesmo, dirão outros...

No caso, o SLB, numa atitude de experiente desportivismo, tomou a decisão de apagar as luzes do estádio e ligar o sistema de rega quando o FCP festejava a conquista do campeonato.

A notícia pode ser lida em variadíssimos locais. Escolhi este onde nos é dito que este apagão colocou em causa a segurança das pessoas que estavam no estádio e mesmo a dos agentes da PSP que prestavam serviço no local (não é difícil perceber as razões pelas quais o trabalho da polícia fica dificultado). Claro que quem desligou a luz está a borrifar-se para a segurança das pessoas... Mas...

Com isto não quero dizer que os SLB's são maus e os outros são bons, nada disso!
Com isto quero dizer que é uma vergonha para um desporto (que já é apelidado como desporto de carroceiros) que as pessoas a ele associadas tenham este tipo de comportamentos. É vergonhosa a falta de civismo dos adeptos, que são umas bestas. É vergonhosa a falta de civismo dos dirigentes, que são... (qual é a palavra?) umas bestas!

Em Inglaterra, durante anos, o problema foi mais ou menos equivalente. Com a óbvia ressalva de que os nossos adeptos-besta ainda têm muito pão que comer até chegarem aos calcanhares dos hooligans ingleses. E, mesmo com hooligans-a-sério, os ingleses conseguiram resolver a questão!

É por isso que, na minha opinião, devia haver mão de ferro no tratamento destes parvalhões!
Sim, acho que o SLB deveria ser multado pelo comportamento pouco desportivo de quem apagou as luzes do estádio colocando em risco a segurança de quem lá estava dentro (mas a questão aqui não é o SLB, são todos os que fazem coisas semelhantes).
Sim, acho que os jogos em que há desacatos deveriam ser interrompidos e repetidos à porta fechada.
Sim, acho que as bancadas deveriam ser constantemente vigiadas (com recurso à alta definição e mais toda a panóplia tecnológica que exista) e todos aqueles que tivessem comportamentos ilícitos deveriam ser punidos e impedidos de voltar a entrar no estádio (durante x tempo, sempre que o clube jogasse teriam que se apresentar na esquadra da sua área residencial).
Sim, acho que a polícia deveria ser (ainda) mais interventiva com tipos que desfilam pelas ruas da cidade a ofender meio mundo com o asqueroso sentimento de impunidade de quem tem as costas quentes por estar inserido no resto da matilha.

Este tipo de medidas mudava o mundo? Não, claro que não! Mas faria com que aqueles que querem ir ao jogo de futebol porque gostam de futebol, o fizessem um pouco mais descontraidamente.


A notícia que deu origem a este desabafo:

"O subintendente Costa Ramos, responsável pelo dispositivo policial destacado para o jogo de futebol Benfica-FC Porto, criticou os dirigentes "encarnados" por no final "terem dado ordem para apagar as luzes e acionar o sistema de rega".
"Ao desligarem as luzes e ao ligarem a rega puseram em causa a segurança dos agentes da polícia em serviço no interior do estádio e isso não pode voltar a acontecer", disse Costa Ramos, que revelou ter manifestado aos responsáveis do Benfica o seu "desagrado" por aquela decisão, que podia ter tido "consequências lamentáveis". (...)
O responsável pela força policial revelou ainda terem sido detidos “11 adeptos `encarnados´”, seis dos quais por “terem arremessado pedras”, dois “por atitudes agressivas para com a polícia”, dois por “transportarem material pirotécnico” e um por “atirar com berlindes” para o banco do FC Porto, os quais “atingiram um agente policial”."


É ou não é triste??

inspirado

O projeto é denominado The Inituition, e parece que... é brilhante!...
Esta chama-se open your frozen heart and start living again

política-à-portuguesa

A política feita bem à portuguesa já não surpreende, mas continua a fazer sorrir...
Agora, com a perspectiva da possibilidade da entrada do FMI no que vai restando do império lusitano, urdem-se acusações sobre quem estará interessado no tal fundo e... Confesso que começo a ficar baralhado!
  
A discussão tem sido mais ou menos assim:
  
- Vocês é que querem o FMI!
- Não não, quem está a esfregar as mãos com a vinda do FMI são vocês.
- Não, quem quer o FMI são vocês.
- Não senhor, vocês é que querem o FMI...
...
  
Enquanto me sinto confuso, provavelmente por não entender assim tando de luta política, ou de economia (?) como isso, não consigo deixar de fazer um paralelismo com uma rábula dos Gato Fedorento:
  
- Jesus Cristo é o Senhor.
- Não não, Jesus Cristo é o senhor.
- Não, desculpe...
...

É ou não é divertida, a política no império lusitano?