a qualidade e o gosto

Sabendo que qualidade e gosto pessoal nada têm a ver, porque o segundo é subjectivo, mas a primeira nada tem de subjectividade, aqui fica a história.
Durante anos achei The Gift uma banda menor... Não conhecia e recusava-me a conhecer! Aquelas teimosias embirrantes que, ainda que cresçamos, continuamos a ter... Tal como quando éramos crianças...
Depois fui, meio contra vontade (arrastado por alguém que conhece muito bem a banda e principalmente o Nuno Gonçalves), a um concerto da banda e a minha opinião mudou. MESMO!
Hoje considero a capacidade criativa deste rapaz, mentor da banda, qualquer coisa de muito especial. Não consegue deixar de lado os seus critérios de qualidade e aprimora-se em tudo o que faz... Se olharmos para os arranjos de um album de The Gift à escolha, percebemos isso mesmo.
Há um par de semanas, perguntei ao tal Sr-que-me-levou-ao-primeiro-concerto-da-banda que andavam eles a fazer, caladinhos durante tanto tempo. A resposta: o Nuno está a trabalhar num projecto, Amália Hoje, em que se pretende apresentar um olhar diferente sobre algumas músicas celebrizadas pela Amália...
Nunca achei a Amália extraordinária (limitação minha, talvez), principalmente porque achava que não se percebia nada do que a senhora cantava e para mim o fado perde muito quando não entramos na letra. Sempre achei que, por exemplo, a Mariza é melhor do que a Amália alguma vez foi, muito embora aqui se trate apenas de uma questão de gosto... Mas o que é certo é que esta "grande senhora do fado" (Amália) cantou poemas fantásticos e excelentemente musicados.
Agora eis que aparecem os primeiros vislumbres do resultado deste trabalho em que o Nuno Gonçalves revisita a Amália através de vozes como as da Sónia Tavares (The Gift) ou do meu ex-colega de curso Fernando Ribeiro (Moonspell)... A julgar pelo single de apresentação, vem aí qualquer coisa... Qualquer coisa BOA!

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